sexta-feira, 10 de outubro de 2008

PIQUENIQUE (2003)

PIQUENIQUE
U
ma encenação de Gilberto Carreira, apartir de um texto de Miguel Barbosa. Inicio da exloração do palco portátil do Teatro de Giz.
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Sobre o Espectáculo

“É consolador a gente ter imaginação,
até pode fugir à realidade”

Uma personagem, que se chama Vitelo, espera desde sempre por desastres ferroviários tentando assim usufruir dos seus despojos. Enquanto espera, piquenica, alimentando-se dos despojos antigos, esperando pelos seguintes. O espectador tem então o privilégio de assistir a um descarrilamento. O maquinista desta vez assusta-se com o que possamos pensar – viria ele demasiado depressa, ou seria o comboio da frente que viria demasiado devagar? Entretanto, terá sido real o descarrilamento? Ou será tudo aquilo apenas a criação febril da sua imaginação?
Uma viagem ao interior do maquinista. A viagem do imenso comboio que se articula serpenteando sempre em cima dos mesmos carris. Mas mesmo seguindo para diante, na exiguidade de duas tiras de ferro que parecem fechar-se algures lá à frente, é possível imaginar outra coisa. Como alguém diz a certa altura, “é a grande vantagem dos países civilizados, deixam-nos a imaginação.” Quanto ao resto, cada um de nós entenda o que puder.
Este espectáculo foi estreado em 23 de Julho de 2003, no Clube Naval da Horta. Conta até à data com nove representações e mais de 600 espectadores.

Excertos

Maquinista 1: Vão dizer que eu vinha depressa de mais... É mentira, o outro comboio é que vinha demasiado devagar.
Vitelo: Não foi nenhum comboio.
Maquinista 1: Não? (...) Mas afinal choquei com o que?
Vitelo: Com coisa nenhuma, nada que valha a pena mencionar.

Turista: O senhor é capaz de fazer outro descarrilamento?
Maquinista 2: Para quê?
Turista: Para eu ver.
Maquinista 2: Não faço descarrilamentos para as pessoas verem.
Turista: É pena, pago melhor quando vejo primeiro aquilo que compro.

X: Fugir à realidade, esconder a falta de coragem para lutar.

Imagens

Palco portátil do Teatro de Giz




Construção dos Adereços e Cenários




Ficha Técnica

Texto: Miguel Barbosa

Encenação: Gilberto Carreira
Cenografia: Gonçalo Cabaça
Adereços: Cristina Carvalhinho e Gonçalo Cabaça
Figurinos: Aline Despres
Fantoches: Cristina Carvalhinho e Sara Silva
Sonoplastia: Gonçalo Cabaça
Desenho de luz: Bruno Carvalho, Gilberto Carreira, Gonçalo Cabaça

Actores (por ordem de entrada):
Vitelo: Luís Carvalho
X: Miguel Machete
Maquinista 1: Rogério Feio
Turista: Rogério Feio
Maquinista 2: César Lima
Fantoche X: Miguel Machete
Fantoche Vitelo: Luís carvalho

Operação de luz: Bruno Carvalho
Operação de som: Pedro Pinto

Custureira: Lina Nunes

Produção: Aline Despres, Carla Dâmaso; Orlanda André

Espectáculo subsidiado por:

Inatel
Direcção Regional da Cultura
Câmara Municipal da Horta

Agradecimentos: Armanda Carvalhinho, Bruno Escobar, Frederico Cardigos, Pedro Afonso, Sophie Querouil, Valério

Agradecimento especial a José Louro
pela importante participação qe teve neste trabalho

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